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domingo, 24 de abril de 2011

Cernunnos (deus cornio)



O deus rotulado [C]ernunnos na Pilar dos Barqueiros é retratado com chifres de veado em seus estágios iniciais de crescimento anual. Ambos os chifres tem torques pendendo deles. A parte mais baixa do seu relevo está perdida, mas as dimensões sugerem que o deus estava sentado na "posição de Buda", provendo um paralelo direto à figura com chifres no caldeirão Gundestrup.
A despeito do nome Cernunnos não estar atestado em mais nenhum outro lugar, ele é comumente usado na literatura celtológica como descrevendo todas as representações comparáveis de deidades cornudas.
Este tipo "Cernunnos" na iconografia céltica é frequentemente retratado com animais, em particular o veado, e também frequentemente associado com uma serpente com cornos de carneiro, além da associação com outras bestas com menor frequência, incluindo touros (no Rheims), cachorros, e ratos. Por causa de sua associação frequente com criaturas, acadêmicos descrevem Cernunnos frequentemente como o "Senhor dos Animais" ou o "Senhor das Coisas Selvagens", e Miranda Green o descreve como um "deus pacífico da natureza e de frutescência".
O Pilier des nautes o liga aos marinheiros e ao comércio, sugerindo que também era associado ao bem estar material tanto ao fazer uma bolsa de moedas de Cernunnos de Rheims (Marne, Champagne, França)—na antiguidade, Durocortorum, a capital civitas da tribo Remi—quanto o veado vomitando moedas de Niedercorn-Turbelslach (Luxemburgo) nas terras dos Treveri. O deus pode ter simbolizado a fecundidade do floresta habitada por veados.
Outros exemplos das imagens de "Cernunnos" incluem um petroglifo em Val Camonica na Gália Cisalpina. A figura humana com chifres foi datada como pertencendo inicialmente ao século 7 A.C. ou tardiamente no século 4. Uma criança com chifres aparece em um relevo de Vendeuvres, flanqueada por serpentes e segurando uma bolsa feminina e um torque. A melhor imagem conhecida aparece no caldeirão Gundestrup encontrado em Jutland, datando do 1o. século A.C., pensado representar um tema céltico embora usualmente visto como de acabamento trácio.
Entre os celtas ibéricos, figuras cornudas ou chifrudas do tipo Cernuno incluem um deus "tipo-Janus" de Candelario (Salamanca) com dois rostos e dois pequenos cornos; um deus cornudo das colinas de Ríotinto (Huelva); e uma representação possível da deidade Vestius Aloniecus próximo ao seu altar em Lourizán (Pontevedra). Os cornos são aceitos representar "força agressiva, vigor genético e fecundidade."
Representações divinas do tipo Cernuno são exceções são a visão frequentemente-expressa de que os celtas apenas começaram a representar seus deuses na forma humana depois da conquista romana da Gália. O "deus com cornos" céltico, enquanto bem atestado na iconografia, não pode ser identificado na descrição da religião céltica na etnografia romana e não parece ter sido dado qualquer interpretatio romana, talvez devido a ser muito distintivo ser traduzível ao panteão romano. Enquanto Cernunnos nunca foi assimilado, acadêmicos têm às vezes comparados a ele funcionalmente às figuras divinas gregas e romanas tais como Mercúrio_(mitologia), Actaeon, formas especializadas de Júpiter, e Dis Pater, o último dos quais Julius Caesar disse que era considerado o ancestral dos gauleses.

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