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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Teseu (heroi)




Teseu era filho de Egeu, rei de Atenas, e de Etra, filha do rei de Trêzen, por quem foi criado. Depois de homem foi mandado a Atenas e entregue a seu pai. Este, que se separara de Etra antes do nascimento do filho, havia colocado uma espada e sandálias sob uma grande pedra, e determinara à esposa que lhe mandasse seu herdeiro quando ele fosse bastante forte para levantar a pedra. Chegada a ocasião, a mãe de Teseu executou a incumbência e o jovem removeu a pedra com facilidade, apoderando-se da espada e das sandálias. Como as estradas estavam infestadas de bandidos, o avô de Teseu o aconselhou a seguir por mar, que era o caminho mais seguro e mais curto para o país do seu pai. O jovem, contudo, sentindo em si o espírito e a alma de um herói, desejava destacar-se como Hércules, que por destruir os malfeitores e os monstros que flagelavam o país tinha sua fama, na época, correndo por toda a Grécia.
No primeiro dia de viagem chegou a Epidauro, onde vivia Perifetes, um filho de Vulcano, um homem selvagem, feroz, sempre armado com uma clava de ferro, que atemorizava os viajantes com seus atos de violência. Ao ver Teseu aproximar-se ele o atacou, mas foi logo vencido pelo jovem herói, que se apoderou de sua clava e passou a levá-la consigo, como lembrança de sua primeira vitória. Seguiram-se várias lutas semelhantes contra tiranetes e bandidos, e em todas Teseu saiu vitorioso. Um dos malfeitores chamava-se Procusto e tinha uma cama de ferro na qual costumava amarrar todos os viajantes que lhe caíam nas mãos, Caso fossem menores que o leito, ele lhe espichava as pernas, mas se maiores, simplesmente cortava a parte que sobrava. Teseu o castigou dando-lhe o mesmo destino que dava aos outros.

Tendo vencido todos os perigos da viagem, Teseu finalmente chegou a Atenas, onde novas ameaças o aguardavam. Medeia, a feiticeira que fugira de Corinto depois de separar-se de Jasão, tornara-se esposa de Egeu, pai do rapaz. Sabendo, graças às suas artes, quem ele era, e receando perder a influência sobre o marido, ela induziu mil suspeitas no espírito de Egeu e o aconselhou a fazer o jovem estrangeiro beber uma taça de veneno. No entanto, quando Teseu avançava para receber a taça, seu pai, reconhecendo a espada que o recém-chegado trazia, viu quem ele era e não deixou que tomasse o veneno. Medeia, desmascarada, fugiu mais uma vez ao merecido castigo indo para a Ásia, onde deu nome ao país posteriormente chamado Média. Teseu foi reconhecido pelo pai e declarado seu sucessor.

Os atenienses encontravam-se, naquela época, em estado de grande aflição devido ao tributo que eram obrigados a pagar a Minos, rei de Tebas. Esse tributo consistia em sete jovens e sete donzelas que eram entregues todos os anos a fim de serem devorados pelo Minotauro, monstro com o corpo de homem e cabeça de touro, forte e feroz, que era mantido num labirinto construído por Dédalo, e tão habilmente projetado que quem se visse ali encerrado não conseguiria sair sem ajuda. Teseu resolveu livrar os seus patrícios dessa calamidade, ou então morrer na tentativa, e assim, chegada a época de enviar o tributo e sorteados os jovens, conforme o costume, ele se ofereceu para ser uma das vítimas. O navio que os levava a Tebas partiu com velas negras, que Teseu prometeu mudar para brancas caso regressasse vitorioso, e chegando ao destino todos foram exibidos diante de Minos e sua filha Ariadne, que se apaixonou pelo jovem, Por isso ela lhe deu uma espada e um novelo de linha, graças ao qual poderia encontrar o caminho de volta. Teseu foi bem sucedido, matando o Minotauro (ilustração), saindo do labirinto e retornando a Atenas com os companheiros salvos do monstro, levando Ariadne consigo. Durante a viagem eles pararam na ilha de Naxos, onde Teseu abandonou a princesa adormecida explicando que assim fizera por ter recebido ordem da deusa Minerva, que lhe aparecera em sonho. Ao aproximar-se do litoral da Ática Teseu esqueceu-se de mandar levantar as velas brancas, e o velho rei Egeu, julgando que o filho tivesse morrido, suicidou-se. Teseu tornou-se, então, rei de Atenas.

Uma das mais célebres aventuras de Teseu foi a expedição contra as amazonas, ainda não refeitas da derrota que Hércules lhes impusera, quando ele aprisionou a rainha Antíope. Em represália elas invadiram o reino de Atenas e travaram a batalha final dentro da própria cidade, sendo derrotadas. Essa passagem foi um dos assuntos favoritos dos escultores da antiguidade, e ainda existem várias obras de arte que a representam.

A amizade entre ele e Pirito, seu irmão de armas, também se tornou famosa. Em certo momento os dois decidiram desposar uma filha de Júpiter. Teseu escolheu Helena, ainda criança, e mais tarde tão célebre por causa da Guerra de Tróia, e com a ajuda do amigo, raptou-a. Pírito aspirava conquistar a esposa do monarca de Érebo, uma região por onde os mortos tinham de passar imediatamente depois da morte, para entrar no Hades, e Teseu, embora consciente do perigo, acompanhou o ambicioso amigo na descida ao mundo subterrâneo. Plutão, porém, aprisionou-os e os prendeu numa rocha encantada na porta do seu palácio, onde eles ficaram até que Hércules chegou e libertou Teseu, deixando Pírito entregue ao seu destino.

Depois da morte de Antíope Teseu desposou Fedra (filha de Minos, rei de Tebas), que viu em Hipólito, seu enteado, um jovem dotado de todas as qualidades e virtudes do pai, e de idade correspondendo à sua própria. Amou-o, mas ele a repeliu, e o amor transformou-se em ódio. Fedra lançou mão do apaixonado marido enchendo-o de ciúmes contra o filho, e Teseu, então, invocou contra ele a vingança de Netuno. Quando Hipólito, certo dia, dirigia seu carro junto à praia, um monstro marinho surgiu das águas e espantou os cavalos, que dispararam, despedaçando o veículo. Hipólito morreu, mas, com a ajuda de Esculápio, Diana ressuscitou-o e afastou-o do iludido pai e da traiçoeira madrasta, deixando-o na Itália, sob a proteção da ninfa Egéria.  Mais adiante, privado da simpatia do seu povo, Teseu retirou-se para a corte de Licômedes, rei dos Ciros, que a princípio o tratou com bondade, porém, mais tarde, matou-o traiçoeiramente. Em época posterior, o general ateniense Címon descobriu o lugar os jaziam seus restos, que foram transladados para Atenas e depositados num templo chamado Teseum, erguido em honra do herói.

A rainha das Amazonas que Teseu desposou é chamada por alguns de Hipólita. Este é o nome que apare no Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, cujo enredo são as festividades que precederam as núpcias de Teseu e Hipólita.

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