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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Hércules (semi-deus)



Na cultura popular os europeus adotaram o Hercle etrusco, uma figura heróica que já havia sido influenciada pela cultura grega - especialmente nas convenções acerca de sua representação - mas que havia, no entanto, experimentado um desenvolvimento autônomo. O Hercle etrusco aparece nos desenhos elaboradamente entalhados nos versos dos espelhos de bronze etruscos, feitos no século IV a.C., bens sepulcrais muito utilizados por aquele povo. As referências literárias específicas ao herói se perderam, juntamente com toda a literatura etrusca, porém a imagem do Hércules maduro, barbado, sendo amamentado por Uni (Juno para os romanos), registrado num espelho de Volterra, é distintivamente etrusca. Este Hercle/Hercules - o Hercle da exclamação "Mehercle!" - permaneceu uma popular figura de culto entre as legiões romanas. As versões literárias gregas de sua vida e feitos foram apropriadas pelos romanos a partir do século II a.C., essencialmente inalterada, porém a literatura latina sobre Hércules adicionou certos detalhes anedóticos próprios, alguns deles ligando o herói à geografia do Mediterrâneo Ocidental. Detalhes do culto grego, que misturava libações ctônicas e holocaustos não-consumidos, com os serviços olímpicos, foram adaptados para as exigências especificamente romanas, e Hércules acabou se tornando a figura fundadora de Herculano e outros lugares, seu culto tornando-se interligado ao culto imperial, como pode ser visto nos afrescos que sobreviveram no collegium daquela cidade. Seu altar foi datado como sendo do VI ou V a.C., e se localizava próximo ao Templo de Hércules Vencedor. Hérculoes se tornou popular com mercadores, que costumavam lhe pagar um dízimo de seus lucros.

Marco Antônio se identificava com Hércules, e até mesmo inventou um filho de Hércules, chamado Anton, de quem ele afirmava descender. Em resposta, seu rival, Otaviano passou a se identificar com Apolo.

Alguns imperadores assumiram os atributos de Hércules (como Trajano, enquanto imperadores de períodos posteriores, em especial Cômodo e Maximiano, foram além e freqüentemente se identificavam ou se comparavam com ele, patrocinando seu culto; Maximiano se chamava de "Herculius" ("pequeno Hércules"). O culto de Hércules se espalhou pelo mundo romano; no Egito romano descobriu-se no oásis de Bahariya o que se acredita serem as ruínas de um templo do deus. 

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