Na Mitologia Celta o dia 30 de outubro era comemorado o Dia de Morrigan, patrona das sacerdotisas e das bruxas
Morrígan (”Terror” ou “Rainha Fantasma”), também escrita Mórrígan (”Grande Rainha”) (aka Morrígu, Mórríghean, Mór-Ríogain) é uma figura da mitologia irlandesa (céltica) considerada uma divindade, embora não seja referida como “Deusa” nos textos antigos.
Morrígan (”Terror” ou “Rainha Fantasma”), também escrita Mórrígan (”Grande Rainha”) (aka Morrígu, Mórríghean, Mór-Ríogain) é uma figura da mitologia irlandesa (céltica) considerada uma divindade, embora não seja referida como “Deusa” nos textos antigos.
Morrigan é uma das formas que toma a antiga Deusa Guerreira Badb. Morrigan ou Morrigu, Macha e Badb formam a triplicidade conhecida como as "MORRIGHANS", as FÚRIAS da guerra na mitologia irlandesa.
Morrigan,
como todas as deidades celtas está associada as forças da Natureza, ao
poder sagrado da terra, o Grande Útero de onde toda a vida nasce e
depois deve morrer para que a fecundidade e a criação da terra possam
renovar-se.
É também a
Deusa da Morte, do Amor e da Guerra, que pode assumir a forma de um
corvo. Nas lendas irlandesas, Morrigan é a deidade invocada antes das
batalhas, como a Deusa do Destino humano.
Dizia-se que quando os soldados celtas a escutavam ou a viam sobrevoando o campo de batalha, sabiam que havia chegado o momento de transcender. Então, davam o melhor de si, realizando todo o tipo de ato heróico, pois depreciavam a própria morte.
Para os celtas, a morte não era um fim, mas um recomeço em um Outro Mundo, o início de um novo ciclo.
Na
epopéia de Cuchulainn, "Tain Bó Cuailnge", em que se celebra a grande
guerra entre os Fomorianos e os Tuatha De Danann, as três Deusas
Guerreiras com forma de corvos são Nemain, Macha e Morrigu, das quais
Morrigu é a mais importante.
Segundo a análise que faz Evans Wentz da lenda, são a forma tripartida de Badb.
Nemain confunde os exércitos do inimigo, Macha goza com a matança indiscriminada, porém foi Morrigu quem infundiu força e valores sobrenaturais a Cuchulainn, que desse modo ganhou a guerra para os Tuatha De Danann, que representavam as forças do bem e da luz, e derrotou os obscuros Fomorianos, de igual modo que os deuses olímpicos venceram os Titãs.
Representada
comumente como uma figura terrível, nas glosas dos manuscritos
medievais irlandeses como uma equivalente a Alecto - uma das Fúrias na
mitologia grega de fato, um dos textos refere-se a Lâmia como “um
monstro de formas femininas, ou seja, uma Morrigan” ou ainda como o
demônio hebreu Lilith.
Associada
com a guerra e a morte no campo de batalha, algumas vezes é anunciada
com a visão de um corvo sobre carcaças, premonição de destruição ou
mesmo com vacas. Considerada uma divindade da guerra, comparável às
Valquírias da mitologia germânica, embora sua associação com o gado
bovino permita também uma ligação com a fertilidade e o campo.
É com freqüência vista como uma divindade trinitária, embora as associações desta tríade variem: a mais freqüente dá-se de Morrígan com Badb e com Macha - embora algumas vezes incluem-se Nemain, Fea, Anann e outras.
É com freqüência vista como uma divindade trinitária, embora as associações desta tríade variem: a mais freqüente dá-se de Morrígan com Badb e com Macha - embora algumas vezes incluem-se Nemain, Fea, Anann e outras.
As mais
antigas narrativas de Morrígan estão nas histórias do “Ciclo do Ulster”,
onde ela tem uma relação ambígua com o herói Cúchulainn. No Táin Bó
Regamna (Invasão do gado em Regamain), ele a desafia, sem compreender o
quê ela é, quando ela guia uma novilha por seu território, tornando-se
seu inimigo. Ela profere uma série de ameaças, predizendo finalmente uma
batalha próxima onde ele será morto. Ela diz, enigmaticamente: “Eu
vigio sua morte”
No
Táin Bó Cuailnge a Rainha Medb de Connacht comanda uma invasão ao
Ulster para roubar o touro Donn Cuailnge. Morrígan surge ao touro na
forma de um corvo, e o previne para fugir. Cúchulainn defende o Ulster,
travando no vau dum rio uma série de combates contra os campeões de
Medb. Entre os combates, Morrígan lhe surge, com aparência de uma bela
moça, oferecendo-lhe seu amor e auxílio na batalha mas ele a rejeita.
Como vingança ela interfere no seu próximo combate, primeiro assumindo a forma de uma enguia, fazendo-o tropeçar; depois, com a forma de um lobo, provocando um estouro da boiada, e finalmente como uma novilha que conduz o rebanho em fuga, tal como havia ameaçado em seu primeiro encontro. Cúchulainn é ferido por cada uma das formas que ela assume mas, apesar disto, consegue derrotar seus oponentes. Ao final ela reaparece-lhe, como uma velha que trata-lhe os ferimentos causados por suas formas animais.
Enquanto ordenha uma vaca, ela oferece a Cúchulainn três copos de leite. Ele a abençoa por cada um deles, e suas feridas são curadas.
Numa das versões sobre o conto da morte de Cúchulainn, falando sobre como o herói enfrenta seus inimigos, diz-se que este encontra Morrígan como uma velha que lava sua armadura ensangüentada à margem do rio um presságio de sua morte.
Numa das versões sobre o conto da morte de Cúchulainn, falando sobre como o herói enfrenta seus inimigos, diz-se que este encontra Morrígan como uma velha que lava sua armadura ensangüentada à margem do rio um presságio de sua morte.
Depois,
mortalmente ferido, Cúchulainn amarra-se a uma pedra com suas próprias
entranhas, para assim poder morrer em pé… Somente quando um corvo pousa
sobre seu ombro é que os inimigos acreditam que realmente está morto.
Morrígan
também aparece em textos do chamado “Ciclo Mitológico” celta. Na
compilação pseudo-histórica Lebor Gabália Érenn, do século XII, ela está
listada entre Tuatha Dé Danann, como uma das filhas de Ernmas, neta de
Nuada.
Morrígan é freqüentemente considerada como uma deusa trina, mas a sua suposta natureza tripla é ambígua e inconsistente. Às vezes surge como uma de três irmãs, as filhas de Ernmas: Morrígan, Badb e Macha.
Morrígan é freqüentemente considerada como uma deusa trina, mas a sua suposta natureza tripla é ambígua e inconsistente. Às vezes surge como uma de três irmãs, as filhas de Ernmas: Morrígan, Badb e Macha.
Por
vezes a trindade consiste em Badb, Macha e Nemain - coletivamente
conhecidas como Morrígan ou, no plural, como as Morrígan. Ocasionalmente
Fea ou Anu também surgem, em várias combinações. Morrígan, porém,
muitas vezes aparece só, e seu nome por vezes é transmutado para Badb,
sem a terceira “forma” mencionada…
Morrígan
é usualmente tida como “deusa guerreira”: W. M. Hennessey, em sua obra A
antiga deusa irlandesa da guerra, escrita em 1870, foi influenciado por
esta interpretação. O seu papel envolve freqüentemente a morte violenta
de determinado guerreiro, ao tempo em que é sugerida uma ligação com
Banshee (espécie de fada) do folclore posterior).
Esta
ligação torna-se mais evidente no livro de Patricia Lysaght (The
Banshee: The Irish Death Messenger - Banshee): “Em certas áreas da
Irlanda encontra-se este ser fantástico que, além do nome feérico,
também é chamada de Badhb”.
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